Cientistas chineses anunciaram o desenvolvimento de um motor hipersônico capaz de atingir velocidades de até Mach 16 (cerca de 19.700 km/h), o que pode revolucionar o transporte aéreo e espacial.
Descontando o tempo de pouso e decolagem e levando em consideração apenas a distância em linha reta, o traslado entre São Paulo e Rio de Janeiro (334 km) duraria um minuto e alguns segundos. Londres para Nova York, que já foi feito pelo supersônico Concorde em pouco menos de 4 horas, ficaria em 17 minutos.
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Segundo o South China Morning Post, o motor utiliza a tecnologia de detonação oblíqua (ODE) e é movido a querosene RP-3, um combustível comum na aviação.
A inovação, liderada pela Academia Chinesa de Ciências, foi testada no túnel de choque JF-12 em Pequim, que simula altitudes de até 40 km.
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Os testes demonstraram uma taxa de combustão mil vezes maior do que a dos motores convencionais e picos de pressão até 20 vezes superiores à pressão ambiente.
O princípio por trás da ODE é o uso de ondas de choque para gerar “diamantes de detonação” autossustentáveis, que aumentam drasticamente a eficiência da queima do combustível. Um pequeno dispositivo de apenas 5 mm no interior da câmara de combustão é responsável por iniciar o processo.
Além do desempenho extremo, o uso de querosene RP-3 — ível e de baixo custo — indica que a tecnologia pode ter aplicações práticas, como voos transatlânticos em menos de dois minutos ou missões espaciais com veículos reutilizáveis.
Apesar dos avanços, os cientistas reconhecem que ainda há desafios técnicos significativos, especialmente no controle do calor extremo e na integridade estrutural do motor em velocidades tão elevadas. Ainda assim, o experimento representa um marco no desenvolvimento de motores hipersônicos.
Se aperfeiçoado, o motor pode abrir caminho para uma nova era de viagens aéreas ultrarrápidas e mais íveis, além de impulsionar a corrida espacial com soluções mais eficientes e reutilizáveis.
