O nome da jogadora de futsal Marcela Soares, 21 anos, ganhou repercussão nas redes sociais nesta segunda-feira (26) após ela afirmar, em entrevista ao jornal O Globo, que foi afastada do clube Celemaster Uruguaianense por produzir conteúdo adulto em plataformas como Privacy e Topfans. Segundo a atleta, o desligamento teria ocorrido sem qualquer respaldo contratual, fruto de um julgamento moral. "A decisão não teve nenhuma base contratual. Foi um julgamento moral. Não havia cláusula que me impedisse de fazer os vídeos", declarou.
No entanto, em nova entrevista ao F5, Marcela revisou parte do relato e itiu que sua fala foi influenciada por ressentimentos pessoais. "A gente criou o fato e aumentou um pouco, pelo que aconteceu comigo no time. Saí de lá machucada, não quiseram pagar minha cirurgia e tive que usar o dinheiro do conteúdo adulto", revelou a jogadora.
Te podría interesar
Marcela afirma ter se lesionado durante um treino ao disputar uma bola com uma colega de equipe. De acordo com ela, após o episódio, não recebeu apoio do clube, que teria demorado a marcar a cirurgia necessária e agendado o procedimento para datas incompatíveis com sua agenda. A atleta também relatou ter sofrido rejeição por parte do técnico, de uma colega de time e da família dele. "Eles nutrem ódio por mim e não consigo entender o motivo", afirmou.
Em outubro de 2024, Marcela acionou a Justiça do Trabalho de Uruguaiana pedindo o reconhecimento de vínculo empregatício com o Celemaster e solicitando R$ 18.977,52 por direitos trabalhistas que alegava não ter recebido. Segundo a defesa, ela exercia a função de atleta profissional de forma subordinada, habitual e remunerada — características que configurariam uma relação trabalhista.
Te podría interesar
O Celemaster, por sua vez, se defendeu dizendo ser uma entidade sem fins lucrativos, dedicada ao futsal feminino amador. “Durante as partidas em Uruguaiana, sequer cobramos ingresso. Em jogos importantes, arrecadamos alimentos para projetos sociais”, alegou o clube no processo. A defesa também afirmou que o futsal não seria a principal atividade da jogadora, apontando que ela tira até R$ 50 mil por mês com plataformas de conteúdo adulto.
O caso foi julgado em 4 de dezembro de 2024, e a Justiça negou o pedido de Marcela, rejeitando o vínculo empregatício.
Clube nega expulsão e fala em “fake news”
Após a repercussão do caso, o F5 procurou o Celemaster Uruguaianense, que se manifestou oficialmente. A diretoria afirmou que vem sendo alvo de desinformação e que nenhuma equipe jornalística havia procurado o clube antes da publicação das primeiras reportagens. O técnico André Malfussi e o presidente da equipe, Auri Guedes Pereira, negaram que a produção de conteúdo adulto tenha motivado qualquer punição à atleta.
“Ela chegou no início da temporada, como todas as outras atletas, e permaneceu até o fim do ano. Dias antes da saída do grupo principal, ela nos pediu para retornar à sua cidade, algo que está registrado no próprio processo”, disse Malfussi. “Em 2024, fomos processados pela primeira vez, justamente por essa jogadora. Isso nos deixou profundamente abalados, porque lutamos há décadas pelo futsal feminino.”
O presidente também reforçou que o ambiente no Celemaster é pautado pelo acolhimento. “Muitas vezes, agimos com o coração. Tentamos formar uma família, e não apenas um time”, afirmou Auri Guedes Pereira.
O clube, que em 2025 completará 20 anos, promete seguir defendendo o futsal feminino e contestando acusações que considera infundadas.