• IMPÉRIO DECADENTE

    Saiba quais livros governo Trump mandou remover de escolas

    Denunciada censura a 250 palavras e frases

    Leitor?.Trump já disse a um repórter que seus livros preferidos são aqueles que ele próprio "escreveu".Créditos: Casa Branca
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    O clássico O Sol é Para Todos, publicado em 1960 nos Estados Unidos, foi retirado de escolas a pedido do governo Trump, de acordo com ação legal iniciada pela American Civil Liberties Union (ACLU) nesta terça-feira, 15.

    A novela de Harper Lee descreve situações testemunhadas pela própria autora e tem em seu enredo uma forte denúncia contra a desigualdade racial.

    Na lista dos livros removidos também está outro grande sucesso editorial planetário, O Caçador de Pipas, do afegão Khaled Hosseini, que desde seu lançamento é alvo de críticas de conservadores por "conteúdo obsceno".

    "Both Sides Now", sobre um adolescente transgênero, e um livro que descreve as figuras históricas do movimento LGBTQ+ nos Estados Unidos completam a lista.

    Por enquanto, a remoção se dá apenas nas escolas que servem a filhos de militares. O sistema é mantido pelo Departamento de Defesa. Como o financiamento é federal, decisões tomadas pela Casa Branca são aplicadas automaticamente.

    A ACLU, no entanto, diz que o objetivo do governo é expandir o cerco a esses e outros livros considerados "inadequados" pela extrema direita.

    250 palavras e frases banidas

    É meta de uma decisão de Donald Trump acabar com o que chamou de "doutrinação radical" no sistema de educação pública dos EUA.

    Um dos alvos é o ensino crítico sobre racismo, ou "privilégio branco".

    Pete Hegseth, ex-apresentador da Fox News agora convertido em secretário da Defesa, já determinou que o sistema escolar sob seu controle direto acabe com os programas educacionais relacionados ao "mês da Mulher" ou ao "mês da História negra".

    A ONG Pen America, voltada para a defesa da liberdade de escrever, já denunciou o governo Trump por ter banido o uso de uma série de palavras e frases nos sites oficiais.

    "A crescente lista de palavras proibidas pelo governo federal é um ato assustador de censura", denunciou a ONG, que catalogou 250 casos.

    A Casa Branca disse que não criou a lista, mas deu liberdade aos novos gestores para adequar os sites às prioridades do governo.

    Entre as palavras e frases censuradas estão "justiça social", "diversidade racial", "aborto", "transgênero" e "privilégio".

    A Pen America escreveu:

    Algumas dessas ações parecem tragicamente cômicas, como a eliminação de fotos de um banco de dados do Departamento de Defesa da aeronave B-29 Enola Gay, da Segunda Guerra Mundial [por conter a palavra gay], ao mesmo tempo em que foi apagado o reconhecimento ao serviço dos LGBTQ+ que serviram às Forças Armadas.

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