Javier Mile, presidente da Argentina, parece mesmo não ter limites. Suas declarações polêmicas e bizarras não param. Desta vez, o presidente do país elogiou sonegadores de impostos e criticou pessoas que cumprem regras.
Durante entrevista em um programa de TV local, enquanto defendia seu projeto que pretende flexibilizar regras tributárias para a população usar os dólares não declarados, ele disparou bobagens.
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Milei afirmou que quem “tentou se proteger dos políticos ladrões são heróis” e “quem cumpriu todas as regras, talvez não teve o talento ou a coragem para sair do sistema”.
“Se todos tivessem conseguido fazer o mesmo [sonegar impostos], talvez os políticos tivessem parado de nos roubar”, disse, sem nenhum constrangimento.
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As declarações foram feitas em entrevista concedida ao programa de TV “Otra Mañana”, após o jornalista Antonio Laje perguntar a Milei sobre a expectativa para a implementação das medidas que vão incentivar a utilização de dólares guardados pelos argentinos em casa.
“A verdade é que as características do imposto inflacionário na Argentina têm sido devastadoras e, como consequência disso, os argentinos, mesmo com dinheiro declarado, o am para o setor informal para poder escapar das garras do Estado”, afirmou o presidente argentino.
Porém, críticos ao projeto destacam que as medidas tendem a facilitar que o dinheiro proveniente de atividades criminosas, como o narcotráfico, seja legalizado no país.
Em relação a este perigo, Milei, como sempre faz, saiu pela tangente e disse que o assunto deve ser tratado com o Ministério da Segurança e com o Ministério da Defesa, e que não se deve utilizar a economia para combater o crime.
Comparação esdrúxula
Ele ainda comparou sonegadores de impostos a pessoas que fogem de regimes opressores e declarou que não pode puni-los, ou premiar quem seguiu todas as regras, por causa disso.
“O senhor tem uma pessoa que está presa em Cuba e consegue escapar e chega a Miami, o senhor vai lá moer a pauladas em Miami porque escapou do regime castrista cubano?”, indagou, em comparação totalmente sem nexo.
“Lamento por aquele que não pôde escapar [dos impostos], mas o outro não fez nada de errado. É uma declaração de inveja. Quem pôde se safar, genial, não tenho que castigá-lo porque pôde fugir do ladrão”, insistiu.
Milei afirmou, ainda, que os argentinos têm entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões “debaixo do colchão”, o que equivale entre 33% e 66% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que é de US$ 600 bilhões.
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