O ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, hoje vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional do país, disse nas últimas horas que o sol não vai nascer em Kiev no dia 10 de maio caso a Ucrânia ataque o desfile do 9 de maio em Moscou, que reunirá centenas de milhares de pessoas para celebrar os 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Em seu canal no Telegram, Medvedev disse: "Quem está pedindo garantias? É apenas provocação verbal. Nada mais. Em caso de uma provocação real no Dia da Vitória, ninguém garante que o 10 de maio existirá em Kiev".
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O ex-presidente estava se referindo às declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de que não pode garantir a segurança de quem estiver em Moscou.
Zelensky está frustrado porque Vladimir Putin reunirá delegações de 29 países na celebração, rompendo mais uma vez o cerco das sanções ocidentais.
Xi e Lula encabeçam a lista
A lista de convidados do Kremlin que estarão com Putin sempre começa com o líder da China, Xi Jinping, e com o presidente Lula. Mas também destaca dois mandatários europeus: Robert Fico, da Eslováquia, e Aleksandar Vucic, da Sérvia, que não se importaram com o boicote à cerimônia promovido pela União Europeia.
Nas últimas horas, de acordo com a Russia Today, a Ucrânia disparou cerca de 500 drones contra território russo, muitos deles tendo como alvo a região de Moscou.
Vladimir Putin declarou de forma unilateral um cessar-fogo desde a zero hora de amanhã até o dia 10.
Porém, houve cenas de caos nos quatro aeroportos da região de Moscou, com o cancelamento de centenas de vôos.
O homem que ocupa o equivalente à Casa Civil no governo Zelensky, Andriy Yermak, compartilhou no Telegram um desenho de Zelensky olhando sobre uma praça Vermelha destruída, com a frase "fizemos todo o possível para a chegada deste dia".
A frase faz parte da letra de uma música soviética dos tempos da guerra contra o nazismo.
A porta voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse o presidente da Ucrânia está se engajando em "clássico comportamento de terrorista".
Sem internet
O Kremlin pediu paciência aos moscovitas depois de restringir o o à internet em regiões da capital, por "medida de segurança".
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia advertiu contra a presença de tropas estrangeiras no desfile:
Marchar lado a lado com eles é compartilhar a responsabilidade pelo sangue de crianças ucranianas assassinadas, civis e militares, não honrar a vitória sobre o nazismo.
O petardo mirava a China, cujos soldados devem participar da cerimônia.
Antes da viagem, o líder chinês Xi Jinping disse que a amizade entre russos e chineses foi forjada "com sangue e vidas" na derrota do nazismo. Ele desembarcou em Moscou sem incidentes:
Hoje, oito décadas depois, o unilateralismo, a hegemonia e os atos de intimidação causam danos graves, e a Humanidade encontra-se mais uma vez numa encruzilhada — entre a unidade ou a divisão, o diálogo ou o confronto, o ganha-ganha ou o soma zero.