Em depoimento a Alexandre de Moraes e ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, no Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunha na ação sobre tentativa de golpe, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior confirmou que seu colega, o general Marco Antonio Freire Gomes, então comandante do Exército, chegou a dar voz de prisão quando Jair Bolsonaro (PL) tentou cooptar os dois militares para a intentona contra a posse de Lula em 2022.
Sem rodeios, como ocorreu com Freire Gomes - que tomou um pito de Moraes - no dia anterior, Baptista Júnior ainda sinalizou que foi isso o que o colega, "mais polido", não confirmou diretamente.
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"Confirmo sim senhor. Acompanhei anteontem a repercussão [do depoimento de Freire Gomes], estava chegando de viagem. Freire Gomes é uma pessoa polida e educada, não falou com agressividade, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, calma, mas colocou exatamente isso. ‘Se fizer isso, vou ter que te prender’", disse.
No depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica ainda confirmou que Bolsonaro apresentou a proposta para reverter o resultado das eleições de 2022 logo no início da reunião, em que teve a adesão do então comandante da Marinha, Almir Garnier, que também é réu no núcleo crucial do golpe.
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"Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta do decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu que sim; que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente a tentativa de Golpe de Estado teria se consumado", afirma o registro do depoimento.