Pivô da briga que resultou na demissão de Fabio Wajngarten do PL por ordem de Michelle Bolsonaro (PL), o ex-fotógrafo Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama, foi a grande estrela do lançamento do "Direita na Capital", movimento em com o influenciador Victor Jansen, que reúne figuras da ultradireita do Distrito Federal sob o slogan Make Brasília Great, surrupiado do Make América Great Again, de Donald Trump.
Ex-fotógrafo, que atuou como terceirizado na Caixa Econômica Federal (CEF) para acompanhar o então presidente do banco, Pedro Guimarães, Torres chegou a receber auxílio emergencial do governo Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia. Mas largou tudo para se tornar articulador político no movimento capitaneado pela irmã na capital federal.
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Eduardo Torres foi quem motivou a briga que afastou Michelle e Wajngarten, que foi demitido do PL após divulgação de mensagens com Mauro Cid, em janeiro de 2023, fazendo chacota ao dizer que prefere Lula a ex-primeira-dama na Presidência.
O ataque foi apenas o álibi que Michelle precisava para pedir a cabeça de Wajngarten. Os dois não se falavam há meses, desde que o irmão da ex-primeira-dama esteve na casa de Anderson Torres achacando o ex-ministro a não se lançar na política partidária do Distrito Federal. O ato causou indignação no PL, mas apenas Wajngarten se solidarizou com o ex-ministro da Justiça, despertando a ira de Michelle.
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Make Brasília Great
Em meio à articulação da irmã para derrubar o ex-Secom, Eduardo Torres discursou e foi a grande estrela do lançamento do Direita na capital, ocorrido na última sexta-feira (16) em Brasília.
"Primeiro parabenizar por esse evento aqui", disse Torres em seu discurso. "E por quê? Porque política não era para pobre. Era esse o discurso lá dentro da minha casa. Se não fosse a figura do deputado federal Jair Bolsonaro, do nosso presidente Bolsonaro, talvez a gente não estaria discutindo direita e esquerda tão frequentemente como nós falamos hoje em dia. É por propósito que estamos no meio disso aqui, não é por outro motivo", emendou, ao melhor estilo "storytelling" e com nuances do coachismo, em vídeo divulgado em suas redes sociais.
Torres ainda descolou uma ligação de Jair Bolsonaro, que saudou o novo movimento, enquanto se ocupava de responder aos ataques de Wajngarten à esposa. Estavam presentes ainda o senador Izalci Lucas (PL-DF) - que confessou que o ex-presidente prevaricou nas fraudes do INSS -, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e os coachs Pedro Rehn e Erasmo Cirqueira, que são "mentores" do grupo e usam técnicas semelhantes a de Pablo Marçal (PRTB), de quem são próximos.
Eduardo, que foi apresentado como "líder político", tem intensificado a agenda pública, a publicação de fotos do cunhado nas redes e as aparições com a irmã após ser derrotado na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do DF.
Apesar de se preparar para tentar uma nova empreitada, dessa vez na Câmara Federal, Eduardo pode herdar a vaga ao Senado, que estava sendo segurada para a irmã.
A mudança se dá após Bolsonaro sentir a traição de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), cortejado para candidato da Terceira Via, e sinalizar que pode lançar Michelle à Presidência.
Com a irmã na disputa direta contra Lula, Eduardo vê chances de sair candidato ao Senado pelo DF, fazendo dobradinha a partir de 2027 com Damares Alves (Republicanos), que faz parte da bancada de Michelle.