• ELEIÇÃO DO PT

    Romênio Pereira: "Direção do PT precisa se aproximar dos municípios pequenos do Brasil"

    Ao Fórum Onze e Meia, candidato à presidência do partido debateu principais desafios do partido e do campo progressista para as eleições de 2026

    Romênio Pereira.Créditos: Divulgação/Germana Chaves/PT
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    Atual secretário de Relações Institucionais do Partido dos Trabalhadores (PT), um dos fundadores do partido e candidato à presidência nacional, Romênio Pereira esteve no Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (28) para comentar sobre sua candidatura e as expectativas para os novos rumos do PT nos próximos anos. 

    Pereira apontou como uma de suas principais críticas à gestão do partido a falta de aproximação do PT com municípios do interior do Brasil. Ele afirmpu que as últimas eleições presidenciais foram decididas nos municípios menores do país, e por isso o partido deve ter um olhar muito "precioso" para esses locais. No entanto, ele disse que ser de um partido de esquerda e progressista como o PT no interior é difícil. Para mudar essa realidade, ele defendeu que o partido deve ter mais presença nesses locais. 

    Outra crítica feita por Pereira é em relação à distribuição do fundo eleitoral. Ele destacou que a distribuição deve atender mais os deputados estaduais e não concorda que o recurso seja destinado somente a deputados federais e senadores. "Eu sou daqueles que acham que o PT precisa fazer um movimento mais voltado para os movimentos populares", afirmou. Ele criticou, por exemplo, a aproximação do governo à Faria Lima. 

    "Eu sou daqueles que defendem que o PT precisa reforçar sua relação com os movimentos populares, com a população negra, com as mulheres, com a juventude, com a população LGBTQIA+", disse Pereira. "A minha campanha está muito voltada para essa defesa dentro da minha posição como candidato para presidente", acrescentou.

    Pereira também defendeu que o PT precisa estreitar relações com a classe trabalhadora, principalmente aquela que não está filiada ao partido, mas faz parte de outros movimentos sociais e sindicais. "Nós vamos fazer um debate muito aberto, e saber ouvir e conquistar as opiniões desse setor da classe trabalhadora", disse. 

    O candidato citou, por exemplo, os trabalhadores de carros de aplicativo que, muitas vezes, têm ensino superior completo, mas por falta de oportunidade precisam recorrer a essa função. Para Pereira, é preciso não só inserir essas pessoas na economia, como também nos debates da classe trabalhadora.

    Estratégias para as eleições de 2026

    Pereira também falou sobre as estratégias políticas do PT e do governo Lula para as próximas eleições de 2026. O candidato afirmou que sua principal campanha é pela reeleição do presidente, além de reforçar a defesa da paz no mundo diante de todas as guerras que acontecem hoje, do o à comida e da proteção do meio ambiente. "Nós estamos vivendo, não só o país, um momento muito difícil pelo mundo", afirmou Pereira. 

    "A minha prioridade, e acho que a prioridade do partido e do campo democrático e popular, é a reeleição do presidente Lula", disse. Ele destacou os ataques à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta terça-feira (27), como um exemplo do cenário dentro do Congresso Nacional, que deve dificultar ainda mais as próximas eleições, uma vez que a maioria representa o empresariado da economia brasileira, que se opõe aos interesses da classe trabalhadora. 

    Pereira ressaltou que as eleições de 2026 serão ainda mais difíceis, mas reforçou que a esquerda tem condições de reeleger Lula e aumentar as bancadas de partidos progressistas. "A gente não pode ter um Congresso que joga contra o país, que joga contra a população mais pobre desse país", afirmou. 

    O candidato defendeu, por exemplo, aumentar a federação de partidos progressistas para incluir o PDT e o PSB junto ao PCdoB, PV e PT. Ele ainda acrescentou que PSOL e Rede também poderiam fazer parte dessa ampliação. "Nós precisamos reforçar o programa democrático e popular que o presidente Lula hoje defende, não só no Brasil, mas em todo o mundo, e disputar isso na sociedade, disputar com muita força", declarou Pereira. 

    Ele relatou, ainda, que, apesar de ganhar as eleições presidenciais, os partidos progressistas ainda têm um número pequeno dentro do Congresso Nacional, o que faz com que muitos tenham que se entregar à política do Centrão. 

    Eleição do PT

    No dia 6 de julho, acontece a eleição para a presidência nacional do PT. Além de Romênio Pereira (Movimento PT), disputam o cargo o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva (CNB - Construindo um Novo Brasil), que tem apoio do presidente Lula, o deputado federal Rui Falcão (Novo Rumo) e o historiador Valter Pomar (Articulação de Esquerda).

    Caso necessário, o segundo turno da eleição ocorrerá no dia 20 de julho. A expectativa é que seja um eleição acirrada. Anteriomente, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, também fazia parte da disputa, mas renunciou à candidatura a pedido do presidente Lula e ou a apoiar Edinho Silva. 

    Confira a entrevista completa de Romênio Pereira ao Fórum Onze e Meia

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