Após décadas de incertezas, cientistas conseguiram identificar oficialmente uma espécie de réptil marinho pré-histórico que intrigava a paleontologia. Os fósseis, encontrados ao longo dos últimos 20 anos na Ilha de Vancouver, no Canadá, pertencem a uma criatura que viveu há cerca de 85 milhões de anos e que agora foi nomeada Traskasaura sandrae.
A descoberta foi detalhada em um estudo publicado no dia 22 de maio no Journal of Systematic Palaeontology. A pesquisa, liderada por F. Robin O’Keefe, da Universidade Marshall, nos Estados Unidos, confirmou que os ossos analisados pertencem a um novo gênero de elasmossauro — um grupo de plesiossauros caracterizados por longos pescoços, corpos achatados e membros em forma de remo.
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Embora os elasmossauros fossem amplamente distribuídos nos oceanos do período Cretáceo, poucos fósseis completos haviam sido atribuídos com clareza a espécies distintas. Um dos espécimes centrais para a pesquisa foi encontrado em 1988 na Formação Haslam e só agora teve sua classificação definitiva. Trata-se de um adulto de grandes proporções, com cerca de 12 metros de comprimento, dotado de dentes robustos que provavelmente serviam para esmagar presas de concha dura, como os amonites.
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Além do esqueleto adulto, pesquisadores também examinaram um úmero isolado e um exemplar juvenil excepcionalmente bem preservado. A análise conjunta desses três fósseis permitiu confirmar a existência de um conjunto único de características anatômicas, misturando traços arcaicos e modernos. O ombro, por exemplo, apresentou uma morfologia sem precedentes entre plesiossauros já descritos.
Segundo O’Keefe, o novo animal possui cerca de 50 vértebras cervicais, o que indica uma impressionante capacidade de manobra vertical durante a natação — habilidade que teria sido usada para capturar presas mergulhando de cima.
Inicialmente, alguns cientistas acreditavam que os fósseis poderiam estar relacionados a espécies da Antártida. Mas, ao final da análise, ficou claro que Traskasaura sandrae representa um caso fascinante de evolução convergente, destacando-se como uma linhagem isolada e única dentro dos répteis marinhos do Cretáceo.
A criatura agora batizada não apenas amplia o conhecimento sobre a diversidade dos plesiossauros, como também reforça a importância dos fósseis canadenses para a compreensão da vida nos oceanos do ado.
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