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    Agora no SBT, a PM não espanca nem mata mais: cria gatinhos

    Telejornais da emissora, famosos pelo tom sensacionalismo, aram a adotar estilo “fofinho”, por ordem de Daniela Beyruti

    O apresentador Marcão do Povo.Créditos: Reprodução de vídeo/SBT
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    O SBT deu início a uma nova fase em seu jornalismo matinal. Os programas SBT News Manhã e Primeiro Impacto estrearam nesta terça-feira (20) um tom mais leve e descontraído, abandonando o estilo trágico e sensacionalista que marcou os noticiários da emissora por anos. A mudança atende a uma orientação direta da presidente do SBT, Daniela Beyruti, que assumiu publicamente a intenção de reformular a abordagem dos programas jornalísticos da casa.

    Apresentado por Darlisson Dutra, o SBT News Manhã já vinha adotando uma linguagem mais equilibrada em relação a outros telejornais da emissora. Mas agora, a leveza se tornou ainda mais evidente: entre reportagens factuais e boletins informativos, a atração exibiu vídeos virais e curiosidades. Um dos destaques do programa foi a história de um gato adotado por um batalhão da Polícia Militar, além de imagens de uma vaca presa a uma cerca — gravação popular nas redes sociais — e cenas de um festival de culinária.

    O Primeiro Impacto, conhecido por seu forte apelo policial e por uma estética carregada de trilhas sonoras dramáticas e narração exaltada, também ou por uma reformulação notável. Sob o comando de Marcão do Povo, o programa começou o dia com um tom mais descontraído. As músicas tensas de fundo foram deixadas de lado e os repórteres em links ao vivo abandonaram os gritos e o linguajar alarmista, substituídos por uma cobertura mais serena.

    Daniela Beyruti quer transformar o jornalismo do SBT

    A mudança tem origem clara: Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos e atual presidente da emissora, declarou abertamente que não quer mais ver jornalismo pesado na grade do SBT. Durante o evento de apresentação da nova programação, Daniela revelou incômodo pessoal com o conteúdo policialesco exibido pelos telejornais da casa.

    "Eu ficava pensando: ‘Não tem alternativa para isso? O que a gente está ando é muito ruim’", desabafou. Ela afirmou que, embora compreenda a importância da TV aberta como meio de informação, principalmente para quem não tem o à internet ou TV por , considera nocivo o excesso de violência na programação. “Muito disso faz mal, faz mal pra quem assiste. Não cai legal”, completou.

    Durante o evento, Daniela exibiu vídeos com cenas carregadas de violência, típicas dos noticiários policialescos, seguidos por trechos de atrações mais leves, como programas infantis, quadros de auditório e jornalismo humanizado — o tipo de conteúdo que ela deseja incentivar. “Quero que a gente seja uma boa companhia para quem está em casa. É possível informar sem pesar o ambiente”, afirmou.

    Fim do sensacionalismo?

    A reconfiguração do jornalismo matinal no SBT pode representar um novo rumo editorial para a emissora, que, por anos, apostou na fórmula do sensacionalismo para manter a audiência. Agora, com a liderança de Daniela Beyruti, a aposta é na leveza, na empatia com o público e em um conteúdo mais variado e emocionalmente saudável.

    Resta saber se o público, acostumado com o estilo mais impactante, responderá positivamente à proposta — e se a mudança será estendida para outras faixas do jornalismo da emissora. De qualquer forma, o primeiro o está dado: o SBT parece mesmo disposto a reescrever sua narrativa informativa.

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